quinta-feira, 6 de maio de 2010

7

chego em casa.
a luz foi cortada por duas horas.
pego meu violão e toco as mesmas músicas de sempre.
guardo-o.
sento em minha já íntima cama.
penso.
incompreendo o que sinto.
raiva? tristeza? medo?
a vontade inexiste.
quero chorar.
tento.
quero me afundar em desespero.
não consigo.
talvez esteja seca por dentro.
talvez esteja vazia por dentro e cheia por fora.
talvez você tenha secado minhas lágrimas.
ou talvez você simplismente me levou o que tinha.

pego papel e caneta. escrevo.
penso.
meus olhos lacrimejam.
penso mais.
eu preferia quando eu passava as horas me afogando em aflição, esperando a hora de ir embora daqui.
agora, só consigo pensar. e pensar mais.
e quanto mais eu penso, mais eu não consigo chegar à nenhuma conclusão.
eu não sei e odeio não saber.
não quero admitir que estou confusa.
milhares de idéias vagam por meus pensamentos.
mas há uma coisa fixa em minha mente.
e mesmo sempre tentando pensar em outras coisas,
meu pensamento sempre acaba em você.
e é em você que vou me acabando.
e detestando todo o resto
cada
vez
mais.

choro.
minha visão fica embaçada.
sabe, você estava certo quando disse que as pessoas são como rios.
a água nunca é a mesma. mas esqueceu de acrescentar que a essência é, sim.
sempre a mesma.
qual é a sua essência?

no meio de tantas coisas
só me resta uma promessa
que
eu

não
sei
se vai ser cumprida.
que
eu

não
quero
querer que ela seja cumprida.
que
eu

não
gosto
de gostar de você.


o depois é o que temo.
choro.
sinto sua falta.

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