segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O egoísta

- É difícil pra mim.
- Desculpe. - ele disse.
- Você sabe que não tem que ser assim. Por que você não esquece isso? - ela respondeu.
- Gostaria eu de poder esquecer num piscar de olhos. Mas você tem que entender que isso é incrivelmente difícil para mim.
- Não tem nada que eu possa fazer? Não é possível que isso termine assim, desse jeito tão, tão...
- Se tivesse pensado nisso no passado, não estaria se lamentando. Agora já não há mais nada a se fazer.
- Mas por que você se importa tanto com isso? Foi há muito tempo atrás, você sabe que eu não sou mais assim. Você sabe.
- Sim, eu sei. Mas a questão não é essa. Não consigo mais te chamar de minha, só minha. Você, pra mim, é de quem dizer que foi.
- ...
- Talvez seja somente meu egoísmo se manifestando. Não sei. Só sei que não dá mais. Não com você. Vou embora, tchau.

E saiu, friamente, porta à fora, deixando-a estática lá, com leves gotas de lágrimas brotando de seus olhos. Não sei o que aconteceu para ele fazer isso. Repentinamente, a imagem que tinha dela mudou completamente. Talvez tenha sido só seu egoísmo mesmo. Talvez.

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